Mitos de Archon


Untitled

O sinal de rádio estava fraco, os comunicadores emitiam chiado e a os registros não apontavam para qualquer informação de planeta na região. Os Titãs, as máquinas que os antigos humanos criaram para terraformar os planetas, não tinham deixado nenhum vestígio dessa grande esfera avermelhada.

O contrato com os Corps era bem simples: entrar no planeta, encontrar e catalogar espécies e sair. A princípio bem suspeito pelo preço que eles pagaram e que foi adiantado! Quando é assim, eles sabem que é um trabalho simples e rápido. Talvez houvesse algum recurso a ser explorado lá dentro, foi o que pensamos.

Porém, quando encontro vestígios de construções escondidas entre as areias do deserto, meu instinto de explorador gritou alto. A curiosidade para saber se era coisa dos antigos humanos mexeu comigo.

Untitled

Ashanti, Avala, Soralina e Eu, formamos um grupo e avançamos pelo planeta. Na minha mente, a lembrança da história dos Corps ressurgindo após encontrarem documentos dos humanos. Sentamos para descansar, comer nossa ração e hidratarmo-nos um pouco. Nesse descanso curto tiramos um minuto para escutar o silêncio do planeta, apenas nossas respirações preenchiam a vastidão do vazio que nem mesmo o vento resolveu marcar presença naquele momento. Nada.

Ao caminhar pelas areias do deserto enquanto as estruturas aumentam de tamanho, percebo que, mesmo de areia, elas estão intactas, esculpidas, modelando andares, janelas e portas. Tudo aberto, abandonado. Quem será que construiu? Quem será que morava aqui? Há quanto tempo isso existe? Há quanto tempo esse planeta está aqui e ninguém viu, tão perto do Sistema Haven.

Adentrando as grandes estruturas que lembram as antigas residências humanas empilhadas que outrora existiram e que só os arquivos mostram o que existia antes do fim do último humano, uma pequena estrutura chama a nossa atenção.

Diferente de todas as outras, essa estrutura era de areia por fora, porém de metal por dentro com pequenas luzes azuis. Limpa, intacta, como se a areia do deserto não conseguisse entrar.

Ashanti furtivamente se aproxima, analisando cada passo, enquanto Avala e Soralina sacam suas armas e observam os arredores. Estaríamos sendo observados?

Ativo meu sistema de reconhecimento e não vejo é nada! Nada. Nada, nada e nada. Nada bipa, nenhuma matéria orgânica.

Seguindo os passos de Ashanti chegamos próximo à estrutura. Avala, sem paciência avança como um ataque adentro da estrutura parecendo esperar alguma reação, mas nada acontece.

Dentro apenas o chão, sem pó, sem areia. Limpo como se tivesse sido limpo há alguns minutos atrás.

Uma estrutura metálica com luzes de led azul se revela dentro do deserto. Cobrindo os nossos olhos da iluminação da grande estrela. Nossa nave bem ao longe, a cerca de 10km de distância, ainda responde ao sinal. Tudo tranquilo até então.

Vamos adentrando à estrutura e encontramos uma escada para o subterrâneo que Avala e Soralina já avançam, deixando Ashanti irritada. Se houvesse um teste de furtividade sendo executado nesse ambiente estaríamos todos mortos.

No final da escada revela-se uma grande estrutura cavernosa que mistura tecnologia, areia e paredes de barro e rochas com as luzes azuis guiando um caminho que percorremos sem nenhum cuidado. Confiantes em que o planeta estava vazio, pois até agora estava.